Todos nós, independentemente da profissão, da rotina ou da condição física ou da condição mental, passamos por dias mais estressantes e mais cansativos. Diversos pontos podem acabar colaborando para a exaustão no fim do dia: a forma de locomoção para o trabalho ou para a faculdade, o estresse acumulado com reuniões cansativas e com tarefas exaustivas são fatores que influenciam na nossa disposição.
Mas se há uma coisa que pode recuperar o ânimo e revitalizar o nosso humor e a nossa disposição é uma noite de sono bem dormida. Dormir bem, segundo o Ministério da Saúde, melhora as condições físicas, mentais e emocionais do ser humano, além de fortalecer o sistema imunológico, ajudar a prevenir doenças e colaborar para um melhor funcionamento do cérebro e de outras funções neurológicas.
DORMIR POUCO OU DORMIR MAL: QUAIS OS EFEITOS?
Em pesquisa realizada pelo Instituto do sono, que acompanha os efeitos de diferentes distúrbios do sono em moradores da cidade de São Paulo, foi concluído que existe uma “epidemia do sono insuficiente”. O paulistano dorme em média seis horas e meia durante a noite, tendo 77% deles apresentado algum tipo de distúrbio do sono: 60% apresentou insônia (queixa ou transtorno comprovado), 41,7% ronco excessivo, 32,9% portam apneia obstrutiva do sono, 24,3% têm pesadelos frequentes e 9,3% apresentam bruxismo. Além dos distúrbios, dormir pouco ou dormir mal traz diversos outros riscos para a saúde física e mental: enfraquece e abaixa a imunidade, aumenta o risco de doenças metabólicas e de doenças cardiovasculares.
E DORMIR BEM…
Dormir bem, por sua vez, traz diversos benefícios para o corpo. Segundo a pneumologista Luciana Palombini, o sono tem duas principais funções para o ser humano: descanso do organismo e preparação para o dia seguinte. Por isso, em dias cansativos e estressantes, uma noite bem dormida é revitalizante.
Segundo a doutora, dormir é muito mais que descanso: significa também a eliminação de toxinas acumuladas durante todo o dia, fazendo com que nosso organismo e o nosso cérebro possam funcionar bem depois de acordado.
Especialista em medicina do sono, Luciana afirma que dormir bem previne e colabora para o bom funcionamento dos sistemas de defesa do corpo, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares como pressão alta, hipertensão, infarto e derrames e de doenças metabólicas como obesidade e diabetes.
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CINCO DICAS PARA DORMIR BEM
1 – Alimentação
A maneira como você se alimenta, o horário e os alimentos ingeridos próximo ao horário do sono influenciam diretamente na qualidade dele. Não é indicado comer alimentos pesados, processados ou industrializados imediatamente antes de dormir, pois o sistema digestório não fará o seu trabalho da maneira ideal. Com uma digestão mal feita, problemas estomacais ou intestinais podem interromper o sono e trazer; diversos desconfortos durante a noite.
Recomenda-se que a última grande refeição antes do sono seja em no máximo três horas antes de dormir. Caso a fome volte a bater, o ideal é apostar em frutas ou outros alimentos leves, facilitando a digestão e, consequentemente, auxiliando no qualidade do sono.
Mesmo assim, a rotina complicada do dia a dia e a falta de tempo pode impedir a prática de uma alimentação saudável. Uma solução rápida encontrada por muitos é a ingestão de suplementação alimentar. Diversos suplementos colaboram na dieta, no funcionamento do organismo e do sono. Um bom exemplo é o triptofano: o aminoácido é capaz de reduzir os sintomas de fadiga e cansaço, controlar o apetite e a sensação de saciedade, facilitando o processo digestivo e auxiliando a melhorar o sono, além de outros benefícios do triptofano.
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2 – Rotina
Tem uma rotina definida é essencial para dormir bem e por isso é necessário criar hábitos e práticas regulares para o seu dia a dia. Bons exemplos são: ter horário definido para dormir e acordar, sempre com as oito horas de sono recomendadas pela Organização Mundial de Saúde; organizar suas tarefas para evitar cansaço desnecessário, organizando casa, alimentação e outras tarefas com antecedência, sem deixar afazeres para última hora (especialmente antes do sono); e habituar-se com práticas saudáveis. Ioga, meditação e até mesmo leitura de livros auxiliam no relaxamento e aumentam a “vontade de dormir”
3 – Eletrônicos
Aparelho de celular, televisor, computadores ou qualquer outro tipo de aparelho eletrônico quando utilizado imediatamente antes do sono são prejudiciais. Isso porque os eletrônicos estimulam o funcionamento do cérebro e deixam a pessoa mais agitada, prejudicando a qualidade do sono. Por isso, o ideal é esquecer os aparelhos eletrônicos alguns minutos antes de se deitar.
4 – Conforto
Dormir bem, para muitos, vai além de dormir muito. É o momento de relaxar, aliviar tensões e se sentir confortável. Por isso, é muito importante garantir que o sono seja um momento de agradável e aconchegante. Algumas práticas simples contribuem para isso: pouca luz é dos principais fatores, já que não causa incômodos aos olhos e auxilia o cérebro a interpretar que aquele é um momento de relaxamento; o silêncio também colabora. Por isso, evitar eletrônicos é uma dica que deve ser repetida.
Se quiser apostar – ou investir – mais no seu conforto, opte por um colchão e um travesseiro de qualidade. Seja qual for a sua preferência (mola, espuma, pena) vale a pena adquirir itens de qualidade, para que o seu sono seja ainda melhor.
5 – Exercícios Físicos
Se a intenção é ter um sono revigorante e reparador após um dia longo e estressante, nada melhor do que praticar uma atividade física. Além dos inúmeros benefícios para a saúde física e para a saúde cardiorrespiratória, a prática esportiva regular é excelente para melhorar a saúde mental, diminuindo a sensação de estresse, ansiedade, grandes vilões de uma boa noite de sono.
Mas atenção: o horário em que se pratica a atividade física também é muito importante. A atividade física aumenta a temperatura corporal a acelera o funcionamento do metabolismo, além de liberar hormônios que nos deixam mais ativos. Por isso, o ideal é evitar a prática de atividades físicas à noite, ou pelo menos imediatamente antes do sono.
SÓ ISSO RESOLVE?
Casos devem ser analisados de forma particular e individual. Com simples mudanças de hábitos e adaptações na rotina, algumas pessoas percebem melhoras. Com uma alimentação saudável e práticas que estimulam o funcionamento do organismo e do metabolismo e gastam energia durante o dia, o sono também deve melhorar. Porém, ninguém está livre de problemas maiores relacionados ao sono. Por isso, se dormir bem é algo utópico mesmo seguindo as cinco dicas anteriores, o ideal é procurar um médico especializado.
Diversas áreas da medicina buscam tratar problemas ligados ao sono, especialmente a neurologia, otorrinolaringologia, pneumologia, psicologia e psiquiatria. Num primeiro momento o diagnóstico pode ser feito por um clínico geral que estudará o caso e recomendará o profissional ideal para cada caso.
O mais importante é: se você estiver com qualquer tipo de sintoma de distúrbio do sono como insônia, dificuldades para manter um sono longo ou sonolência repentina em horários incomuns, procure um especialista que poderá te indicar os tratamentos adequados para isso.