Doenças osteoarticulares no Brasil
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, existem mais de 120 doenças reumáticas, as quais, segundo as estimativas, podem atingir cerca de 15 milhões de brasileiros, com destaque para a osteoporose e a osteoartrite.
A osteoartrite é uma das doenças reumatológicas mais frequentes, sendo que 240 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de 4% dos brasileiros são afetados por essa doença. Ela é caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular e inflamação, levando à dor, à rigidez e à perda de função.
Já a osteoporose, que atinge, no mínimo, 10 milhões de brasileiros, pode ser definida como uma redução na densidade mineral óssea, que leva ao aumento da fragilidade óssea, podendo acarretar fraturas.
Estilo de vida nas doenças osteoarticulares: tem que ver?
Alguns fatores relacionados ao desencadeamento das doenças osteoarticulares, como a obesidade, a deficiência nutricional e o sedentarismo, correlacionam-se com o estilo de vida do indivíduo. Dessa forma, a inclusão de hábitos de vida mais saudáveis, como alimentação equilibrada, suplementação de nutrientes-chave e prática de exercícios físicos, contribuem para a prevenção e o tratamento dessas condições.
Nutrição e saúde osteoarticular
Embora não haja cura tanto para osteoartrite quanto para osteoporose, as estratégias nutricionais podem atuar na prevenção ou, ainda, favorecer a melhora dos sintomas dessas doenças, ou proporcionar qualidade de vida e bem-estar. Isso porque o adequado suporte nutricional contribui para a manutenção dos tecidos ósseo e articular, além de contribuir para a redução da inflamação crônica, um quadro que está por trás das fisiopatologias dessas doenças, prevenindo ou reduzindo a perda óssea e o desgaste articular.
Além de uma alimentação equilibrada, a suplementação com alguns nutrientes-chave, torna-se uma aliada nessas condições reumáticas, com robustas evidências dos seus benefícios, como o ácido hialurônico e o colágeno tipo II não desnaturado, na osteoartrite, e as vitaminas D e K e os minerais cálcio e magnésio, na osteoporose.
Suplementação nutricional na osteoporose
Liu et al. (2020) conduziram uma revisão sistemática e metanálise de estudos clínicos randomizados da suplementação de cálcio combinada com vitamina D3 na osteoporose de mulheres na pós-menopausa, que demonstrou ser uma estratégia eficiente, tanto na prevenção quanto no tratamento, pois contribuíram ao aumento da densidade mineral óssea e reduziu a incidência de fraturas de quadris.
Ainda, Capozzi, Scambia e Lello (2020), em uma revisão da literatura, apontam que a suplementação com cálcio e vitamina D3 é chave para o controle da osteoporose, mas que outros suplementos, como vitamina K2 e magnésio dimalato. podem contribuir para a manutenção da saúde óssea. Isso porque a vitamina K2 e o magnésio estão envolvidos no metabolismo ósseo: estudos trazidos pelos autores demonstram que a deficiência de magnésio, que é prevalente na população em geral, impacta negativamente a saúde óssea, enquanto que a suplementação com vitamina K2 demonstra proporcionar melhora do tecido ósseo e favorece a redução do risco de fraturas em pacientes com osteoporose.
É importante frisar que a suplementação com cálcio isolado não é recomendada, uma vez que pode levar à calcificação de vasos e artérias, aumentando o risco cardiovascular. Ainda, o cálcio na forma citrato malato demonstra superioridade na absorção e na biodisponibilidade.
Suplementação nutricional na osteoartrite
Estudo clínico randomizado, duplo-cego e multicêntrico conduzido por Lugo et al. (2016) demonstrou que a suplementação de colágeno tipo II não desnaturado foi bem tolerada e reduziu sintomas da osteoartrite. E isso também foi observado no estudo clínico randomizado de Bakilan et al. (2016), em que o grupo que recebeu o medicamento para osteoartrite, combinado à suplementação de colágeno tipo II não desnaturado, teve resultados superiores aos do grupo que utilizou o fármaco isolado.
A literatura científica também demonstra os benefícios da suplementação de ácido hialurônico na amenização dos sintomas da osteoartrite: uma revisão sistemática conduzida por Guadagna et al. (2018), que reuniu 15 estudos clínicos, demonstrou que a suplementação de ácido hialurônico, por 1 a 4 meses, proporcionou a melhora significativa dos sintomas, com redução da pontuação em alguns questionários que avaliam sintomas, funcionalidade (VAS, WOMAC, JKOM e SF-36v2). Outros estudos sugerem que o ácido hialurônico auxilia no processo de cicatrização da cartilagem e diminui o avanço da osteoartrite.
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Referências
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