Não é nenhuma novidade ou surpresa para ninguém que a saúde dos idosos merece cuidados especiais. Desde alimentação até a prática de exercícios físicos, diversas atividades rotineiras auxiliam a manter o organismo e o corpo das pessoas em pleno funcionamento durante a terceira idade. Mesmo com boas práticas, alguns problemas naturais devem surgir, como a perda natural de nutrientes e o enfraquecimento de ossos e de alguns músculos. Para isso, duas alternativas simples e eficazes devem ser incentivadas: a prática de atividades físicas e também a suplementação alimentar – ambos sempre acompanhados de especialistas, como um profissional de educação física e um nutricionista.
Exercício físico para idosos
A Organização Mundial da Saúde estima que, em 2050, a população mundial com idade superior a 60 anos chegue a dois bilhões de pessoas devido ao aumento da estimativa de vida. Uma das recomendações da OMS para o envelhecimento saudável é a prática regular de exercícios físicos, que gera um impacto direto não somente na saúde física, como articulações, músculos e ossos, como também no funcionamento do organismo.
O principal motivo, ainda segundo a OMS, é reduzir os danos causados pelo tempo, como o enfraquecimento, a perda de equilíbrio, a perda de agilidade, a perda de flexibilidade e a perda de resistência muscular. Consequentemente, é preciso garantir mais qualidade de vida para as pessoas que estão na terceira idade, já que tais alterações influenciam diretamente na autonomia e na independência, que podem acarretar na incapacidade de realizar atividades diárias mais simples.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde em relação a atividades físicas para pessoas acima de 65 anos é a realização de pelo menos 150 minutos por semana de atividade moderada ou pelo menos 75 minutos por semana de exercícios intensos, prevalecendo exercícios que foquem no fortalecimento, na mobilidade e também no equilíbrio. Algumas atividades recomendadas são caminhada, dança, natação (ou outros exercícios na água) e musculação, sempre com acompanhamento profissional.
Exercícios que fazem parte da rotina diária devem ser incentivados, como subir e descer escadas, percorrer curtos trajetos andando ou a limpeza diária da casa. Caso sinta qualquer tipo de incômodo, o ideal é que o idoso procure imediatamente a opinião de um médico para realizar um diagnóstico e recomendar um possível tratamento.
Suplementação para idosos
A nutrição é outro fator que, assim como o exercício físico, merece atenção redobrada quando tratamos de pessoas na terceira idade. A alimentação para idosos exige cuidados para repor nutrientes essenciais para o funcionamento do corpo e do organismo. A nutricionista Tainah Scavone afirma que, antes de montar um planejamento alimentar para o idoso, é preciso conhecer a sua realidade.
“A primeira coisa que fazemos quando um idoso chega ao consultório é avaliar como está sua alimentação via oral, o que ele está conseguindo comer e o que não está, o que ele está aceitando comer e o que não está”, afirmou.
“De forma generalizada, o que temos que nos preocupar na alimentação de idosos é que, quando uma pessoa vai ficando mais velha, naturalmente ela vai perdendo um pouco do paladar, da sensibilidade e percepção de sede, e isso faz com que idosos consumam menos alimentos saudáveis e bebam menos água. Por que o idoso, muitas vezes, se alimenta de comidas industrializadas como pão, café e leite até mesmo nas refeições principais? Porque é o que o paladar dele aceita, porque outros alimentos se tornam “sem gosto”, além de outros problemas como perda dental e sensibilidade”, continou Tainah.
Ela comentou ainda sobre a relação direta entre a alimentação e a autonomia do idoso. “Idosos perdem muita massa muscular e massa óssea, então, muita atenção para a reposição de cálcio e vitamina D é essencial. Para isso, temos que avaliar o metabolismo, avaliar se perda óssea e a perda de massa muscular está muito acentuada ou não, porque ela vai acontecer de uma forma ou de outra. Essas coisas influenciam na autonomia e na qualidade de vida do idoso, como levantar e sentar sozinho, conseguir comer sozinho, fazer as coisas sozinho”, disse a nutricionista.
Segundo Tainah, a suplementação é uma alternativa válida para todas as faixas etárias, desde que seja feita com base em exames e adequada à realidade individual de cada um. No caso dos idosos, que sofrem naturalmente com a perda de nutrientes e vitaminas essenciais para o funcionamento ideal do organismo e corpo como um todo, a profissional diz que a suplementação em idosos é sim recomendada:
“Avaliamos essa perda que inevitavelmente vai acontecer e buscamos suplementar, se for o caso. Recomendamos, por exemplo, creatina – que é ótimo para fins de hipertrofia – sempre acompanhado de exames e de atividade física, para estimular a saúde física. Já vitaminas e minerais, varia muito a partir da perda individual de cada um. Outro fator que é importante levar em consideração é se esse idoso toma algum tipo de medicamento que pode atrapalhar a absorção de alguma vitamina ou nutriente específico, trabalhando em cima dessas variáveis com suplementação”
Importância da Suplementação para Idosos
- Manutenção da Saúde Óssea:
- Osteoporose e Fragilidade: Com o envelhecimento, os ossos podem se tornar mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Suplementos de cálcio e vitamina D ajudam a manter a densidade óssea e reduzir o risco de osteoporose.
- Função Muscular: A suplementação pode ajudar a preservar a massa muscular e a força, prevenindo quedas e melhorando a mobilidade.
- Função Imunológica:
- Defesas Naturais: O sistema imunológico pode enfraquecer com a idade, tornando os idosos mais vulneráveis a infecções. Suplementos de vitaminas e minerais podem fortalecer as defesas do corpo e melhorar a resposta imunológica.
- Saúde Cardiovascular:
- Pressão Arterial e Colesterol: Suplementos de ácidos graxos ômega-3, antioxidantes e outros nutrientes podem ajudar a manter a saúde cardiovascular, controlar a pressão arterial e o colesterol.
- Melhoria Cognitiva:
- Função Cerebral: Alguns suplementos, como os de vitamina B12 e antioxidantes, podem apoiar a saúde cognitiva e ajudar a prevenir o declínio mental associado ao envelhecimento.
Importância da Vitamina D3 para Idosos
A vitamina D3 é particularmente crucial para a saúde dos idosos por várias razões:
- Absorção de Cálcio:
- Saúde Óssea: A vitamina D3 é essencial para a absorção eficaz de cálcio no intestino, o que é fundamental para a manutenção da densidade óssea e prevenção de fraturas.
- Prevenção de Osteomalácia:
- Fortalecimento Ósseo: A deficiência de vitamina D3 pode levar à osteomalácia (enfraquecimento dos ossos), uma condição que pode causar dor e fraqueza óssea.
- Função Imunológica:
- Apoio ao Sistema Imunológico: A vitamina D3 desempenha um papel importante na modulação da resposta imunológica, ajudando a proteger contra infecções e doenças autoimunes.
- Regulação do Humor:
- Saúde Mental: Níveis adequados de vitamina D3 estão associados à melhor saúde mental e à redução do risco de depressão e ansiedade, condições que podem ser mais prevalentes em idosos.
- Queda e Mobilidade:
- Prevenção de Quedas: A vitamina D3 pode ajudar a melhorar o equilíbrio e a função muscular, reduzindo o risco de quedas, que são uma preocupação significativa para a saúde dos idosos.
Outros benefícios para a saúde dos idosos
Seguir uma rotina saudável, com prática regular de exercícios físicos, e com uma alimentação balanceada traz diversos benefícios para a saúde do idoso. Estes benefícios vão além de um funcionamento pleno do organismo e da melhora da força, do equilíbrio e da flexibilidade. A alimentação saudável e uma vida ativa colaboram evitando o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, reduzem as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, fortalecem o sistema imunológico e aceleram o funcionamento do metabolismo. Além disso, contribuem para reduzir o estresse, os sintomas da depressão e colaboram para um sono tranquilo, problema que costuma afetar idosos.
Manter uma vida ativa e saudável afasta a pessoa idosa das constantes visitas ao médico, e também da grande quantidade de remédios para problemas que pode – e devem – ser evitados com cuidados relativamente simples e diários. O mais importante é saber que a ajuda de profissionais de educação física, nutricionistas e fisioterapeutas é essencial para o planejamento individual e detalhado para a saúde de cada idoso, realizando assim a atividade física ideal e a suplementação adequada de acordo com cada realidade.