O sedentarismo é a palavra utilizada para denominar a falta ou ausência de atividades físicas. Os sedentários, nome dado à pessoa que não pratica nenhuma atividade física, são aquele que não atingem o nível recomendado de gasto calórico mensal estipulado pela Organização Mundial de Saúde. Uma pessoa é considerada sedentária quando não atinge o mínimo de tempo de atividades físicas e gasto calórico recomendado pelos principais órgãos de saúde do mundo.
Entenda mais sobre o sedentarismo no mundo e no Brasil
O sedentarismo é considerado um problema de saúde pública e no Brasil os números são alarmantes: estima-se que 47% da população brasileira não pratica nenhum tipo de atividade física durante os sete dias da semana. Os números estão em um estudo, realizado pela Organização Mundial de Saúde e publicado pela revista The Lancet Global levou em conta dados coletados desde o começo do século até 2017.
Segundo a pesquisa, o Brasil está à frente dos Estados Unidos, que soma 40% da população sedentária, e do Reino Unido, com 36% da sua população. Os números mostram que os sedentários no nosso país não praticam 150 minutos de atividade com intensidade moderada ou 75 minutos de exercícios de alta intensidade. Entre os 47% predomina a população feminina: mais de 53% das mulheres brasileiras não praticam atividades físicas regularmente, contra pouco mais de 40% do cidadãos do sexo masculino.
Após a realização da pesquisa e a publicação do estudo, a OMS estabeleceu metas para serem implementadas por órgãos públicos, com objetivo de diminuir os níveis de sedentarismo em até 10% até 2025, podendo chegar a 15% até 2030. Uma das principais mudanças exigidas pela Organização Mundial de Saúde é o incentivo de políticas públicas que estimulem formas alternativas de transporte, preferencialmente formas não motorizadas. A caminhada e o ciclismo, por exemplo, são formas de introduzir a atividade física aos poucos dentro da rotina de um sedentário.
Outras atividades diárias podem ser introduzidas na rotina para, aos poucos, se afastar do sedentarismo. Substituir elevadores por escadas ativa o corpo e fornece gasto calórico e é uma opção para quem trabalha em prédios, centros comerciais, shoppings e outros locais que fazem uso de escada rolante ou elevadores. Atividades domésticas também são formas simples e que se encaixadas dentro da rotina, podem ajudar a deixar o sedentarismo. Trocar o dia com a sua diarista te fará gastar calorias e realizar exercícios dentro da sua própria casa.
Segundo a OMS, são quatro os pilares fundamentais para a redução do sedentarismo:
- Criar sociedades ativas: promover mudança de paradigma em toda a sociedade, aumentando o conhecimento sobre benefício para a saúde a curto e longo prazo de praticar atividade física;
- Criar ambientes ativos: ambientes que promovam a realização de atividades físicas regularmente, como parques abertos e seguros para todos os públicos;
- Criar pessoas ativas: desenvolvimento de programas dentro de diversos contextos e situações rotineiras (trabalho e escola, por exemplo) a fim de mobilizar e ativar pessoas.
- Criar sistemas ativos: como citado anteriormente, mobilização política e de lideranças e influências, para criação de políticas públicas que influenciam a prática de atividades e capacitem profissionais para instruir.
CINCO ATIVIDADES FÍSICAS PARA LARGAR O SEDENTARISMO
Para começar o novo ano com novas práticas, algumas físicas podem ajudar a combater o sedentarismo e o todos os males que a inatividade oferece à saúde do ser humano. Segundo Brayan Scherk, profissional formado em Educação Física e Nutrição, as principais atividades físicas para deixar a vida sedentária de lado são aquelas de fácil adaptação neural e motora, onde o praticante não sofrerá com o processo inicial.
“Citar cinco atividades físicas sem saber especificamente com qual perfil de indivíduo estamos trabalhando é complicado, mas de maneira geral, as atividades físicas mais procuradas por quem quer fugir do sedentarismo são aquelas em que eles conseguem encaixar na sua rotina e que se adaptam de maneira mais rápida”, explica o profissional.
Brayan Scherk, profissional formado em Educação Física e Nutrição
“Corrida ou caminhada, por exemplo, são duas práticas fáceis de colocar no cotidiano. Na rua, em um parque ou em uma esteira você consegue praticar. Ciclismo também, pois seja em um aparelho que simula uma bike ou na própria bicicleta, aquela que aprendemos a andar desde criança, já oferece gasto calórico e faz o corpo se movimentar”, continua.
“Citando também outras duas práticas mais avançadas, o funcional também é recomendado pois trabalha toda a musculatura e a consciência corporal sem abusar de pesos e exercícios complexos. A musculação é uma boa recomendação para quem puder se adaptar a exercícios com cargas um pouco mais altas”, completa.
PROBLEMAS CAUSADOS PELO SEDENTARISMO
Doenças cardíacas
O principal risco que uma pessoa sedentária está exposta é o desenvolvimento de doenças cardíacas, fato decorrente da falta de exercícios físicos. Segundo o Ministério da Saúde, a falta de atividade física só está abaixo do tabagismo como o maior agravante do risco de doenças no coração. Quanto mais cedo a pessoa for iniciada à uma prática, menores serão as chances de problemas cardíacos. Consequentemente, sedentários com mais idade costumam ter mais riscos de adquirir doenças relacionadas à falta de atividade física.
DIABETES
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o número de pessoas diagnosticadas com diabetes cresce ano a ano no Brasil, e a falta de atividade física regular colabora para o desenvolvimento da doença. Perder peso é um fator determinante para aumentar a resistência e controle da insulina. Uma vez que o organismo de uma pessoa diabética não utiliza esse hormônio de maneira adequada, ser uma pessoa ativa ajuda a prevenir a doença.
OBESIDADE
É inegável a relação da falta de atividade física com o ganho do peso e, consequentemente, a importância de práticas ativas regulares para a perda de gordura e manutenção da massa magra. Pessoas sedentárias correm graves riscos de se tornarem obesos, principalmente se a falta de atividade estiver aliada à má alimentação. Logo, se uma pessoa não se exercita e não tem uma alimentação saudável, o armazenamento de gordura no corpo será muito maior e crescente, favorecendo os riscos de chegar à obesidade.
OSTEOPOROSE
Exercitar-se de qualquer forma é extremamente importante para o fortalecimento dos ossos, músculos e articulações. O sedentarismo é uma das principais causas da osteoporose, nome dado à doença que reduz a densidade dos ossos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Praticar exercícios regularmente ajudar a fortalecer o corpo, mas caso o indivíduo já tenha osteoporose, é preciso de um acompanhamento profissional intenso, já que uma atividade mal realizada pode agravar o problema.